sexta-feira, 21 de abril de 2023

CASTRO ALVES


QUADRO DE PALESTRA NA CÄMARA MUNICIPAL DE SALVADOR - ANOS 90

 

CASTRO ALVES

 

Æ  1847 —

Nascido a 14 de março, na fazenda das Cabaceiras, próxima a Curralinho, hoje Castro Alves, filho de dr. Antônio José Alves e d. Clélia Brasília da Silva Castro.

Æ  1852-53 —

A família de Castro Alves, Cecéu, como chamado, transfere-se para Muritiba e Posteriormente para São Felix, onde teve início a sua educação-escolar.

Æ  1854 —

Neste ano, chegam a Salvador para residir à Rua do Rosário, no 1, sobrado no qual ocorrera o assassinato de Júlia Feital, o celebre crime da bala de ouro.

Æ  1855 —

Mudam-se para a Rua do Passo.

Æ  1856-57 —

Neste período o jovem Castro Alves ingressa no Colégio Sebrão.

Æ  1858 —

Passa para o Ginásio Baiano, do Dr. Abílio César Borges, que depois se tornaria o Barão de Macaúbas. Ainda neste ano sua família passa a residir no solar da Boa Vista.

Æ  1859 —

Momento de Grande dor  para o jovem Castro Alves, devido o falecimento de sua mãe, d. Clélia.

Æ  1860 —

Foi no Ginásio Baiano, a 09 de setembro, que Castro Alves recitou suas primeiras poesias.

Æ  1861 —

Ainda no Ginásio Baiano declamou, no dia 03 de julho, o seu primeiro poema ao 02 de julho.

Æ  1862 —

Dr. Antônio José Alves casa-se com a então viuva Maria Ramos Guimarães.

Na Companhia de José Antônio, seu irmão mais velho, Castro Alves transfere-se para o Recife. A 23 de julho, publicou o seu poema "Destruição de Jerusalém" no "Jornal do Recife".

Æ  1863 —

Faz, no mês de Março sua primeira tentativa de matricular-se no Faculdade de Direito do Recife, sem êxito. Neste ano também acontece a estréia de Eugênia Câmara no teatro Santa Isabel.

Sofre uma hemoptise e publica seus primeiros versos abolicionistas. Seu irmão José Antônio demonstra sinais de desequilíbrio mental e é transferido para o Rio de Janeiro.

Æ  1862 —

Mais uma Tragédia abala a vida do "Poeta".  Desta vez fora o suicídio do seu irmão, José Antônio, em Curralinho. Matricula-se, finalmente, para o curso de direito e com colegas redige o "Jornal Futuro", quando também escreveu o poema "O Tísico" que depois viria a receber o título "Mocidade e Morte". Acabou por interromper os estudos voltando à Bahia em outubro.

Æ  1865 —

Em março, vota ao Recife em companhia de Fagundes Varela. Na abertura oficial dos Cursos Jurídicos, a 11 de agosto, declama "O Século". Passa então a residir na Rua do Lima, em companhia de Idalina onde escreveu muitos dos poemas de "Os Escravos". Conforme a tradição da família, alistou-se no pelotão acadêmico de voluntários, para a guerra do Paraguai, a 19 de agosto. Desembarca na Bahia, em dezembro, acompanhado por Fagundes Varela.

Æ  1866 —

A 23 de Janeiro, falece o dr. Antônio José Alves. Nova dor.

Voltando ao Recife, castro Alves matricula-se no segundo ano do Curso Jurídico. Com Ruy Barbosa, e outros colegas, funda a Sociedade Abolicionista. Polemiza, pela imprensa, com Tobias Barreto. Foi no teatro Santa Isabel, a 07 de setembro, que ele recitou "Pedro Ivo". Ainda naquele ano teve início o seu romance com Eugênia Câmara.

Æ  1867 —

No  povoado do Barro, onde conviveu com Eugênia, concluiu o seu espetáculo, um drama, "Gonzaga". Voltando com eugênia para a Bahia, no mês de maio e, no teatro São João, a 7 de setembro, aconteceu a estréia do "Gonzaga", com muito sucesso. Voltou a residir no Solar da Boa Vista em outubro.

Æ  1868 —

A 08 de fevereiro viaja para o Rio de Janeiro, levando consigo Eugênia Câmara. Foi recebido por José de Alencar, que vivia um grande momento, e Machado de Assis, parte então, a 11 de março, para São Paulo. No Teatro São José declama "Ode ao 02 de Julho" e a 07 de setembro é a vez de "Navio Negreiro", ambos com muito sucesso. No mês seguinte, 25 de outubro exatamente, estréia o "Gonzaga", no mesmo teatro. Uma seqüência desentendimentos provoca a sua separação com Eugênia Câmara. Foi durante uma caçada no Brás, a 11 de novembro, que espingarda dispara, acidentalmente, alojando-se toda a carga no seu calcanhar esquerdo. — muitos pesquisadores discordam disto.

Æ  1869 —

Matricula-se no quarto ano do curso de direito. Tem início o enfraquecimento pulmonar. A 21 de maio, quando chega ao Rio de Janeiro, está abatido e debilitado. Foi hospedar-se na casa do amigo Luis Cornélio dos Santos e no mês de junho teve o pé amputado. Neste ano também aconteceu seu último encontro com Eugênia Câmara, no teatro Fênix, dramático, a 31 de outubro. O regresso para a Bahia se deu em 25 de novembro.

Æ  1870 —

Por recomendações médicas Castro Alves segue para a fazenda Santa Isabel e depois para Orobó, onde termina "A cachoeira de Paulo Afonso". Volta a Salvador em setembro e lança no mês seguinte "Espumas Flutuantes".

Æ  1871 —

 Apaixona-se pela cantora italiana Agnèse [Trinci Murri].

Recitou pela última vez a 10 de fevereiro na associação comercial, em prol das crianças vítimas da guerra franco-Prussiana. Após a noite de São João seu estado de saúde se agrava.

O poeta Antônio de Castro Alves expira às três e meia da tarde do dia 06 de julho no palacete do Sodré, junto a uma janela por onde entrava a luz do sol naquela triste tarde.

Æ  1875 —           Ocorre a publicação do "Gonzaga".

Æ  1876 —           Publicação de "Cachoeira de Paulo Afonso".

Æ  1880 —           Publicação de "Os Escravos".

 

Ofereço, neste momento, o meu tributo ao poeta maior:

"Antônio de Castro Alves"

BRASIL, 500 ANOS

Deus!...

O que houve com a “minha terra”?

Aquela que emanava belezas...

Sequer percebo os bosques e jardins.

A alma do meu povo ensecou;

A face da minha Pátria

enrubesce de vergonha;

Os homens de verdade

se perderam na História;

Até os pássaros pereceram nas suas palmeiras...

O que houve com a minha terra?

Aquela que era tão rica em vida

e cujo futuro se fazia ecoar no mundo:

“Esta é uma terra santa”...?

Terra de Santa Cruz... passa tempo, o tempo passa;

Ilha de Vera Cruz... passa tempo, o tempo-passa;

Finalmente: Brasil!

Brasil, faz 500 anos...

Diante de tantos conflitos por riqueza e poder,

restou ao meu povo injustiça e miséria

ao longo destes cinco séculos.

Brasil 500 anos,

o que restará da minha terra?

 

BIBLIOGRAFIA

 

1) CALMON, Pedro, CASTRO ALVES — O HOMEM E A OBRA, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1973, 355 p.p.

2) ROCHA, Carlos Eduardo da, CASTRO ALVES E AS ARTES PLÁSTICAS, Salvador, Academia de Letras, 43 p.p.

3) CUNHA, Fernando Whitaker da, e  J. Galdino, CASTRO ALVES, Ensaios críticos, organizada por Maria Chaves de Melo, Rio, Barrister's Editora Ltda., 179 p.p.

4) CARVALHO, João de, O CANTOR DOS ESCRAVOS, CASTRO ALVES, Brasília DF, T.A. Editor Ltda., 1989, 150 p.p.

 

5) CORREIA, Jonas, SENTIDO HERÓICO DA POESIA DE CASTRO ALVES, Rio, Biblioteca  do Exercito, 1971, 88 p.p.

6) ROCHA, Carlos Eduardo da, Salvador, Academia de Letras da Bahia, Salvador, s/n de p.p. e s/d.

7) ALMEIDA, Norlândio Meireles de, UMA POLÊMICA EM TORNO DE UMA POESIA DE CAS­TRO ALVES, São Paulo, Editora Pannartz, 80 p.p.

8) BIBLIOTECA LUSO-BRASILEIRA – CASTRO ALVES Obra Completa, Rio de Janeiro, Cia. José Aguiar Editora.

09) POESIAS DE CASTRO ALVES, Antologia Comentada, Autores baianos, Edição Comemorativa do sesquicentenário de nascimento do poeta, Salvador, Secretaria da Cultura e Turismo, Fundação Cultural do Estado, EGBA, 1997, 107 p.p.

10) LEMOS, Gláucia, O POETA DA LIBERDADE, Belo Horizonte, Editora Dimensão, 33 p.p.

11) Revistas do Movimento Cultural CEPA: Edição Especial "A Castro Alves" e números 19 e 29, bem como entrevistas, diretas, com o professor Germano Machado.

 

Postagem em destaque

AMOR DE PERDIÇÃO: O Pacto de Sangue.

Apresentamos Idenilton Santos , um talentoso escritor que traz uma abordagem inovadora ao gênero dos romances sensuais. Em sua obra, ele des...