Tenho presenciado debates acalorado entre pessoas que ignoram muitos fatos e outras que sabem quase nada, acerca da “guerra dos Estados Unidos da América” contra o “mundo”. Acontece que são muitos os especialistas na nova grande ciência: ACHOLOGIA, e tantos outros mal intencionados, produzindo informações tendenciosas, movidos muito mais por ideologias e partidarismo que pelo compromisso com a informação de qualidade, com isenção, atendendo ao princípio da “utilidade pública”. Está análise revelou a necessidade de uma matéria informativa e imparcial sobre a disputa tarifária entre Estados Unidos e China.
É crucial abordar esse tema complexo com clareza, desmistificando algumas percepções e oferecendo um panorama equilibrado da situação.
Neste cenário, assumi o compromisso de desenvolver essa matéria, elaborando um texto que busca atender aos critérios retro mencionados, e trataremos da COMPLEXA DANÇA DAS TARIFAS: Analisando a Disputa entre EUA e China.
A imposição de tarifas entre grandes potências econômicas nunca é um evento isolado. A atual disputa entre Estados Unidos e China, longe de ser um simples embate bilateral, reverbera em toda a economia global, levantando questionamentos sobre as motivações por trás das medidas e seus reais impactos.
Compreender esse cenário complexo exige um olhar atento e desprovido de paixões ideológicas.
As Alegações Americanas: Buscando o Equilíbrio (ou não?)
O discurso oficial americano frequentemente aponta para a necessidade de reequilibrar as relações comerciais com a China. As acusações de práticas desleais, como o roubo de propriedade intelectual, a transferência forçada de tecnologia e o dumping (venda de produtos abaixo do custo para eliminar a concorrência), são centrais nessa narrativa. A imposição de tarifas seria, portanto, uma ferramenta para pressionar a China a adotar práticas mais justas e transparentes no comércio internacional.
No entanto, analistas apontam que essa retórica pode mascarar outros objetivos, como a tentativa de proteger indústrias domésticas americanas da crescente competitividade chinesa e de reduzir o déficit comercial persistente entre os dois países. A política de “America First” e o desejo de trazer a produção de volta para o território americano também influenciam essa postura.
A Perspectiva Chinesa: Resiliência e a Busca por Legitimação
A China, por sua vez, reage às tarifas americanas com medidas retaliatórias, aplicando suas próprias taxas sobre produtos importados dos EUA. A narrativa chinesa enfatiza a defesa do multilateralismo e do livre comércio, acusando os Estados Unidos de protecionismo e de prejudicar a ordem econômica global.
É inegável que a China experimentou um crescimento econômico impressionante nas últimas décadas, impulsionado em parte por suas políticas de exportação e por um modelo econômico que, para alguns, envolveu práticas questionáveis no cenário internacional. Contudo, o país asiático busca cada vez mais consolidar sua imagem como uma potência global responsável e defensora de um sistema de comércio mais equitativo, ainda que sua definição de equidade possa divergir da visão ocidental.
Desmistificando a “Estabilidade” Chinesa: Números e Realidades.
A percepção de uma economia chinesa inabalável e em constante crescimento merece uma análise mais profunda. Embora os números oficiais frequentemente apontem para taxas de crescimento elevadas, é importante considerar a metodologia de cálculo e a influência do Estado na economia.
Há preocupações legítimas em relação à transparência dos dados econômicos chineses e ao nível de endividamento de alguns setores. A bolha imobiliária, as tensões geopolíticas e os desafios demográficos também são fatores que podem impactar a sustentabilidade do crescimento a longo prazo. Portanto, a imagem de uma “economia estável e em crescimento” pode ser uma simplificação de uma realidade mais complexa, com muitas vulnerabilidades.
Além da Batalha Bilateral: Impactos Globais
Embora o verdadeiro alvo da guerra tarifária Norte-americana seja a China, os EEUUAA criaram um pano de fundo, uma cortina de fumaça, iniciando suas operações como se fosse um ato/fato indiscriminado, face a todos países. A China reagiu, invocando para si um protagonismo, que em nada lhe foi positivo, nem acrescentou, pois, servindo-se deste momento tentou pressionar outros países, de frágil estrutura e gestão, com grandes populações, para seguirem sua cartilha, entre tanto, após alguns “atos” encenados neste espetáculo pelos palcos midiáticos, mundo a fora, os supostos aliados notando que a China tem mais discurso e efeitos especiais que condições de ações concretas que sustentem sua narrativa, pouco a pouco tratam de compor com os americanos e a China vê sua estrutura colapsar e o discurso inicial começa a sofrer uma discreta mais evidente adaptação.
Aos mais interessados em informações de qualidade, aqueles que pesquisam e estudam os fatos, em busca de compreensão, não escapa o entendimento de que os primeiros atos praticados nessa guerra tarifaria, bem como seus resultados, não se limitam a EUA e China. Pequenos, médos e mega-empreendedores ao redor do mundo enfrentam os impactos desta chacoalhada que provocará reenquadramento e reposicionamentos na Organização Mundial do Comércio (OMC). O A cadeia de produção e suprimentos serão reconfiguradas e o comércio global, como um todo, sofre consequências notáveis. A imposição de tarifas eleva os custos para as empresas, que muitas vezes repassam esses valores para os consumidores, gerando inflação e impactando o poder de compra. Há também o impacto das desistências e abandonos de grandes transações, afetando o escoamento das mercadorias que se amontoam nos estoques, provocando prejuízo tanto pela queda nas quanto pelo travamento na produção. Imagine o colapso nas fabricas chinesas que receberam grandes encomendas, investiram em matéria prima e estrutura para atender à demanda, além daqueles que fizeram empréstimos, e com a majoração agressiva das tarifas, ocorrendo cancelamentos das transações de venda para o mercado externo, essas empresas, deixam de vender o estoque havido, e amaram as perdas da suspensão da produção, pois ninguém vai para deixar amontoar-se nos depósitos. Avaliem quantas unidades de produção já devem ter parado suas máquinas e dispensado os operários, no território chinês. Está mesma análise deve ser posta, no tocante ao cenário global. Países em desenvolvimento, que dependem do comércio internacional, são igualmente afetados pela instabilidade gerada por esta disputa. A incerteza nas políticas comerciais das maiores economias do mundo pode levar a uma redução nos investimentos e a um menor crescimento global. Daí notarmos já a reação de países como a Índia e outros, de grande população e economia em desenvolvimento, já negociando e compondo acordos com os norte-americanos.
UM CENÁRIO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO
A disputa tarifária entre Estados Unidos e China é um tema dinâmico, com negociações, tréguas temporárias e novas escaladas ocorrendo com frequência. Para compreender verdadeiramente esse cenário, é fundamental acompanhar os desdobramentos com uma visão crítica, analisando as motivações de cada lado e os reais impactos em diferentes níveis.
A busca por informação de qualidade, isenta de partidarismo e preferências ideológicas, é essencial para que o público possa formar sua própria opinião sobre essa complexa questão que molda a economia global do século XXI.
IDENILTON SANTOS
Professor/Escritor/Advogado
Especialista em Gestão Pública