— Professor, porque você não faz uma das suas palestras para nós, agora, sobre as guerras? — perguntou Maria.
— Fala também sobre ditadura! — pediu Ana, uma garota que debatia, agitada, sobre esse mesmo tema com seus colegas, pouco antes de entrar para assistir a aula.
— Corrupção também, professor! — gritou Thiago. E acrescentou: — Sempre que os adultos começam a falar destas coisas acabam brigando. Isso dá a impressão de que tudo que os adultos fazem é dominar, brigar, tirará vantagena... Triste!
— Mas aqui não! O professor é paciente, e gosta de compartilhar conhecimento. — reagiu Isabel, uma das alunas mais quietas da turma, porém observadora e dedicada aos estudos.
Aqueles pedidos, tão sinceros, e aqueles olhos vibrantes, evidenciando a imensa curiosidade e avidez por inflamações e uma oportunidade para falarem acerca de tais coisas, levaram-me a abdicar daquela aula para exercitar com as crianças/adolescentes o senso crítico.
Por prudência e autopreservação vinha evitando travar esse debate, por motivos óbvios, inclusive alguns que já tinham sido mencionados pelos alunos.
— Quero ver agora, professor! O senhor vive dizendo que devemos nos informar, e coisa e tal... Minha mãe até falou que o senhor já foi líder de movimentos estudantil, de juventude democrática, associacies, grupos de estudos e debates. E meu pai falou para prestar atenção no que o senhor diz porque seus textos e livros são bons. Então? — desafiou Alexandre, entusiasmado. Havia muito tempo que não me via diante de uma plateia tão empolgada, tão efusivas, e desafiadora. Lembrei-me que na infância tinha algumas queixas e questionamentos parecidos. Vi-me diante de uma oportunidade maravilhosa de plantar as sementes da democracia. Estava diante do mais fértil solo para semear. Atendendo ao chamado, como dedicado semeador, tentei semear o caminho.
Agora, humildemente, ouso trazer para vocês o fruto daquela pequena palestras (como meus queridos alunos chamaram):
Vocês pediram para falar sobre muitas coisas. Abordarei esses temas, porém, alerto-vos que esses temas pucham outros, e esse bate-papo poderá não ser tão fácil divertido quanto lhes parece à primeira vista. Disso isso, vamos lá...
— Eh! Palestra! Palestra! — gritou a turma, em uníssono, fazendo-me recordar os idos anos de movimento estudantil e juventude democrática. Apenas cruzei os braços, e permaneci observando a agitação e entusiasmo. Quanta saudade senti daquele tempo.
— O que está acontecendo aqui? — bradou uma das muitas professoras, chegando à porta da sala, com uma fúria desnecessária. — Parece que estourou uma revolução! — exclamou, com um ódio desnecessário no olhar. Os alunos, ávidos por informações e um debate amplo, olharam assustados. É voltaram para suas cadeiras.
Quando ela saiu fechei a porta e após alguns instantes de ponderação falei para aqueles cidadãos diante de mim:
— Meus jovens, ela falou de revolução, provavelmente tentando nos desmerecer, mal sabe ela que acabou de impulsionar uma revolução silenciosa, mas poderosa.
São muitos os temas solicitados... sugeridos... por vocês. Agradeço a curiosidade e a confiança de oportunizarem e proporcionarem este momento único. Vejamos:
Vocês falaram de corrupção. Para abordar a importância de aprender a avaliar um governo corrupto, e/ou com tendências ditatoriais, podemos estruturar a matéria destacando os seguintes pontos:
Por que é Crucial Saber Avaliar um Governo?
Começo explicando a importância fundamental da vigilância cidadã. Um povo informado e crítico é a primeira linha de defesa contra a corrupção e o autoritarismo. A falta de informação tira do cidadão o poder de avaliar adequadamente, e leva à perpetuação de ciclos de má gestão e à perda de direitos democráticos.
Da mesmas forma, no mesmo contexto, destaco, por oportuno, sinais de um Governo com Tendências Ditatoriais.
Quero que saibam, que não os subestimarei, facilitando com uma linguagem infantilizada... Não! Também não darei respostas prontas. Aqui... Neste ambiente dedicado à educação, os provocarei para que ousem pensar. Podemos, listar e avaliar os principais indicadores. É vital que as pessoas saibam reconhecê-los:
— Ditadores, geralmente calam à imprensa, com ataques e pela força, ou oferecendo vantagens. Tanto por um método, como pelo outro, provocam a restrição ou descredibilização de veículos de comunicação.
— A praxe é que os ditadores controles busquem o aparelhamento de instituições: O governo tenta subverter a independência do judiciário, do parlamento ou de órgãos de controle.
— A Polarização e divisão da sociedade: A estratégia de “nós contra eles” para deslegitimar opositores e desviar a atenção de problemas reais. É a técnica do dividir para cobquistar/dominar.
— A Restrição de liberdades individuais: Como a liberdade de expressão, de manifestação ou de associação. Tudo passa a ser tratado como atentado contra a ordem e a democracia.
— O culto à personalidade: A exaltação excessiva de um líder e a minimização da importância das instituições.
— A corrupção sistêmica: Como a utilização do aparato estatal para enriquecimento ilícito ou benefício próprio, em detrimento das necessidades da população, e do verdadeiro papel do Estado.
— O enfraquecimento da educação e da ciência: Dificultar o pensamento crítico e a busca por conhecimento, impedindo o desenvolvimento da capacidade de avaliar livremente o contexto social.
Podemos expor, e avaliar, alguns exemplos contemporâneos e lições aprendidas.
Com efeito, e objetivo, meramente ilustrativo, podemos citar exemplos de ditaduras contemporâneas ou regimes com fortes tendências autoritárias para demobstrar os perigos e as consequências.
É importante ser factual e objetivo, focando nas características que se alinham aos sinais mencionados acima. Nesse contexto podemos considerar casos como:
— Venezuela: A escalada do autoritarismo, a crise econômica e humanitária, e o controle estatal sobre diversas esferas. A falta de transparência na gestão, o controle rigoroso da imprensa, a corrupção sistêmica nas instituições, etc.
— Nicarágua: A repressão a protestos, a perseguição a opositores e a consolidação de um regime autocrático. Além da falta de transparência na gestão, o controle rigoroso da imprensa, a corrupção sistêmica nas instituições, etc.
— Myanmar (Mianmar): O golpe militar e a repressão violenta à oposição. Além da falta de transparência na gestão, o controle rigoroso da imprensa, a corrupção sistêmica nas instituições, etc.
Não se enganem, esses países foram gradualmente levados a essa situação. Por isso a importância de se debater a democracia e sua essencialidade. Principalmente a importância de uma reação precoce, fazendo a juventude pensar, além de fomentar debates nos debates versos núcleos da sociedade.
É preciso preparar a população para Reagir e Evitar a Armadilha da condução sutil e discreta para os cenários de autoritarismo, que sempre se manifestam de maneira sorrateira, e o povo só se dá conta quando é tarde demais e se vê como instrumento de manipulação nas mãos dos ditadores.
Aí vocês podem oeegjtar:
Quais são as ações práticas que nós, jovens cidadãos, podemos adotar? Como podemos prevenir?
A isso respondo elencanso algumas medidas. Vejamos:
— Procure se manter Informado, atualizado, e façam a checagem dos fatos divulgados. É fundamental buscar diversas fontes, combater a desinformação e prevenir o radicalismo.
— Participação cívica: envolva-se nas ações pelo desenvolvimento coletivo, com o engajamento em associações, movimentos sociais, culturais e políticos locais.
— Participação e apoio a instituições democráticas: Fortalecer a imprensa livre, organizações da sociedade civil e instituições estatais. Fiscalizando e denunciando os abusos. Além de contribuir para o desenvolvimentos das atividades que fortalecem a democracia, a transparência e a justiça.
— O voto consciente e responsável: A importância de pesquisar os candidatos, suas propostas e seus históricos, está diretamente ligada à qualidade da gestão e ao desenvolvimento coletivo.
— União e diálogo: A necessidade de superar divisões e construir pontes para defender a democracia.
A democracia é uma construção diária que depende da vigilância cidadã, que é o pilar para evitar que gestores mal-intencionados assumam ou se perpetuem no poder.
O Futuro da democracia esta em suas mãos: ser um cidadão consciente e atuante é o Caminho!
A democracia não é um presente estático, mas uma conquista diária que exige nossa vigilância constante e nosso compromisso ativo. A cada eleição, a cada debate e a cada decisão política, temos o poder — e o dever — de moldar o futuro de nosso país como estado democrático de direito.
Não espere que a corrupção se instale ou que as tendências autoritárias se consolidem. Reaja agora! Informe-se, questione, participe e vote com consciência. Seja a voz que denuncia, o olhar que fiscaliza e a força que impede que gestores mal-intencionados assumam ou se perpetuem no poder.
A sua ação hoje é a garantia de um futuro livre e justo para todos.
Encerrando o comentário, olhei para os alunos, cada um, detidamente. Respiravam devagar, reflexivos. A euforia inicial dera lugar a um estado de profunda meditação. Olhavam-me com repito. Sei que sim, porque falei-lhes com a alma de um apaixonado pela democracia, e não como militante, interessado em defender essa ou aquela corrente ideológica. E sei que isso os fez sentir respeitados e valorizados como protagonistas do futuro.
E você? Sim! Você que me deu o crédito de ler até aqui... O que você pensa? O que você teria dito?
Deixo a todos o meu agradecimento, pela paciência e atenção. E o humilde convite: seja protagonista do teu futuro. Fiscalize, informe-se, cumpra teu papel de cidadão. A omissão é mais grave do que tentar falar. Pós esse ao menos tentou. Aquele simplesmente se eximiu do dever de agir, colocando-se na condição de mero expectador, e subordinado, fazendo-se tão culpado quanto aqueles que atacam a democracia, a cidadania, e degradam a sociedade.
Sua Democracia em Suas Mãos: Agir Agora é o Caminho!
A democracia não é um presente estático, mas uma conquista diária que exige nossa vigilância constante e nosso compromisso ativo. A cada eleição, a cada debate e a cada decisão política, temos o poder — e o dever — de moldar o futuro de nossa nação.
Não espere que a corrupção se instale ou que as tendências autoritárias se consolidem. Reaja agora! Informe-se, questione, participe e vote com consciência. Seja a voz que denuncia, o olhar que fiscaliza e a força que impede que gestores mal-intencionados assumam ou se perpetuem no poder.
SALVE A DEMOCRACIA!
SEJA CIDADÃO!
Idenilton Santos
Professor – Escritor – Articulador Sócio Cultural
Advogado – Palestrante