terça-feira, 23 de setembro de 2025

A ENGENHARIA DO COLAPSO EDUCACIONAL

Durante anos, fomos levados a crer que a crise da educação em nosso país era resultado de falhas. A mídia e os discursos oficiais nos contaram sobre a falta de investimento, a má gestão ou a burocracia excessiva. Mas e se a verdade fosse outra? E se o colapso do nosso sistema de ensino não fosse um acidente, mas um projeto meticulosamente executado?
Caro leitor, é hora de o confrontar com uma realidade desconfortável: a educação foi desmantelada não por incompetência, mas por desígnio. Ao longo de décadas, a sociedade foi silenciosamente treinada para aceitar uma cruel realidade... esta... como ela se apresenta, sem questionamentos. Fomos transformados de centros de pensamento crítico em fábricas de conformismo. Operários em uma linha de montagem na qual nós fabricamos cada vez mais ignorantes e estúpidos. O objetivo é muito claro: criar uma população dominâvel, incapaz de compreender a complexidade das medidas que facilitam esquemas de corrupção e o enforquecimento e relativização da democracia, dos discursos que a enganam e dos sistemas que a exploram. A falta de compreensão se tornou o principal instrumento de dominação, um mecanismo de controle social que opera nas sombras. Uma nação que não consegue identificar a injustiça é uma nação que não consegue se revoltar contra ela.
As consequências desse plano estão ao nosso redor. Elas se manifestam na crescente indiferença política, na dificuldade de distinguir fatos de mentiras e na passividade diante da exploração evidente. A educação, que deveria ser a maior ferramenta de liberdade, foi esvaziada de seu poder libertador para se tornar um pilar da exploração. Nosso desafio, portanto, não é apenas reformar a educação, mas reavivá-la. Precisamos lutar para restaurar o pensamento crítico como pilar central de nosso ensino, reconectando a educação com sua missão original: a de formar cidadãos livres, conscientes e, acima de tudo, capazes de lutar por seus direitos e por seu futuro.
Este não é apenas um debate sobre escolas ou currículos. É um debate sobre quem tem o direito de pensar por si mesmo. E não podemos permitir que esse direito nos seja roubado. A luta pela educação é, em essência, a luta pela nossa própria liberdade.

IDENILTON SANTOS 
Professor, Palestrante, Escritor, Ensaista

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