Professor – Escritor –
Poeta
Advogado – Conferencista
Palestra de abert6ura do
seminário.
A Educação é, certamente, a base e principal requisito para que o homem se torne pleno. Queiram perdoar, todavia, embora lance mão de tal expressão, não obstante haver o risco de incorrer em “lugar comum”, isto é fato, e, conquanto o seja deve ser evidenciado e discutido, muito mais, ainda para além do que já fora. Portando, com a vossa licença, permitam brincar com este infame trocadilho, lançando à baila e ideia de que não é este um lugar comum, de outra forma sim, este, um lugar necessário. Então, desta forma, avancemos.
Neste sentido, é premente a necessidade de si ressaltar aquilo que nos ensinou o mestre Huberto Rohden[1]: Posto que já iniciada esta justa, e necessária, homenagem, a este brasileiro multifacetado, deve-se, então, ressaltar sua trajetória que se revela por meio de sua obra, representada por seus mais de cem títulos publicados, entre livros, ensaios e tratados. Note-se que já em meados do século XX, Huberto Rohden já abordava temas que só a partir do final daquele século começariam a se tornar recorrentes na literatura espiritualista brasileira e tudo quanto pertinente ao desenvolvimento integral do “homem”: a cidadania e a consciência cósmicas; a autoeducação como principal meio de auto iluminação; a cosmocracia (autogoverno de acordo com a ética universal); a felicidade via exercício contínuo do autoconhecimento e autorrealização; a espiritualidade de cunho laico, temporal, ecumênico e universalista.
A mensagem de sua obra é tornar o homem consciente de sua
condição de um ser inteligente, espiritual e integral em rumo de sua evolução,
sua filosofia tem um viés de uma reforma interior em que o ser para encontrar
sua paz e felicidade necessita conscientizar de seu eu-crístico ou eu-cósmico,
teses geradas pela filosofia univérsica, a qual dirigiu por muitos anos.[2]
Apesar de ser, como intelectual, o precursor brasileiro do espiritualismo universalista e de ter obras com boa distribuição e a preços populares, ainda é pouco conhecido e divulgado na comunidade espiritualista do Brasil o papel pioneiro de Huberto Rohden no âmbito do espiritualismo universalista.
O MOVIMENTO DA ESCOLA
NOVA
Por falar em fazer justiça, cabe também
lembrarmos de Anísio Spínola Teixeira [3], Personagem
central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no
desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à
memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de
Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados
signatários do Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova,[2] em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório,
divulgado em 1932. Fundou a Universidade do
Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de
Filosofia da Universidade do Brasil.
Na ideia de uma educação integral[3] e uma educação para todos,
expressa por Anísio Teixeira foi a concepção de educação que permeou os
escritos e a obra de Anísio Teixeira, está a base de sua atuação como educador e sua contribuição para a educação no Brasil, que
alguns consideram importante até hoje.
De sua obra em Salvador, destaca-se o Centro Educacional Carneiro Ribeiro
Em Caetité, em sua casa natal (foto acima), mantém-se a Fundação Anísio Teixeira, presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira Monteiro de Barros, com apoio governamental (Estado e Município) e da iniciativa privada, e a Casa Anísio Teixeira, com biblioteca, museu, cineteatro e biblioteca móvel. A instituição leva conhecimento e mantém viva a memória do grande educador brasileiro.
No Rio de Janeiro existe o Centro Educacional Anísio Teixeira, escola privada de ensino fundamental e ensino médio, com proposta pedagógica segundo as ideias do educador.
A EDUCAÇÃO
UNIVÉRSICA E AS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO.
"A Educação
univérsica é o primeiro passo para que o homem alcance a consciência-cósmica,
holística/universal, porque o homem cosmificado é um homem integralmente são e
sadio - na alma, na mente e no corpo. Geralmente o homem não está em harmonia
como meio"...O seu 'Verso" finito não está em perfeita sintonia com o
”Uno” ”infinito”.
Ou, em linguagem de moderna psicologia: o Homem-ego não está em equilíbrio com o Homem-eu, entendendo-se como Homem-eu a forma individual do Universo. Ou, conforme se convencionou dizer: micro verso.
Aos mais afoitos pede-se que tenham paciência. De certo cobrarão uma referência precisa, acerca desta lição do grande educador e filósofo brasileiro. Tal afirmação é possível a qualquer um que leia algumas das obras daquele grande pensador. Ideia pertinente à educação e seu pensar, neste campo, fica evidente no conjunto da obra de ROHDEN, dispensando destaques especifico de qualquer de seus 126 títulos publicados. Neste sentido, avançando um poucos mais, alcançaremos, ainda, no riquíssimo conjunto de obras, o conceito de Educação-Emocional, também ali amplamente contemplado, e isso traz profundo impacto no tocante aos métodos convencionais posto que a partir desta forma ampliativa e integrativa de contemplar as diversas facetas, e nuances, do fenômeno “educar”, irá influenciar, diretamente, na vida do indivíduo, fazendo-o adquirir a capacidade para melhor compreender os fatos e fenômenos que o envolvam, direta ou indiretamente, em todos os campos da sua vida.
A Educação-Emocional/ Universa/Holística possibilitaria o equilíbrio dos valores éticos/Morais. Assim o mencionamos/grafamos propositalmente posto que a Ética e a Moral se imbricam, impressentidamente, e fluem complementarmente no que se refere à conduta humana de um modo geral, apesar de que não se pode dizer ser esta o mesmo
que aquela. Neste diapasão vale
ressaltar que são complementares. Fator e fenômeno sociais integrativos e
complementares de interação.
Lato senso, pode-se inferir, no tocante aos atos-morais, ou amorais, que: irão depender do equilíbrio entre o eu/micro e o universo/macro, tanto do ponto de vista simplista da interação do indivíduo com a sociedade, quanto do ponto de vista mais integrativo, a partir de uma cosmovisão transcendente, que fará o indivíduo, “Eu-nato”, projetar-se, ampliativamente, para além de si, e capaz de manter-se pleno, mesmo nesta condição de exteriorização. É, neste ponto, ato/fato, ensejador, que se viabiliza a “dualidade” dos “Valores-éticos” na balança das “atitudes-positivas ou negativas”: atos morais ou imorais, ou até amorais. Deste modo, a moralidade de cada um (quantidade/qualidade moral), está diretamente ligada aos seus Mores – hábitos/costumes, que serão moldados pela aplicação da Educação-Emocional/Univérsica/Holística, contribuindo para o equilíbrio Cósmico e consequentemente para a evolução Ética/moral-social/profissional, e demais campos da vida deste ou daquele indivíduo.
Avancemos então de mãos dadas com a Axiologia, a Psicologia-aplicada, a
Teologia e a Educação-Emocional/Univérsica/Holística na busca do
Autoconhecimento para alcançarmos a Autorrealização neste novo século que se
anuncia.
[1] Huberto Rohden (São Ludgero, 30 de dezembro de 1893 —
São Paulo, 7 de outubro de 1981) foi um filósofo, educador e teólogo
brasileiro.[1] Filho de Johannes Rohden e de Anna Loc
ks.Filho de imigrantes
alemães[2] e precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100
obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura
ecumênica de temáticas espirituais e abordagem espiritualista de questões
pertinentes a pedagogia, ciência e filosofia, enfatizando o autoconhecimento, a
autoeducação e a autorrealização. Propositor da Filosofia univérsica, por meio
da qual defendia a harmonia cósmica e a cosmocracia: autogoverno pelas leis
éticas universais, conexão do ser humano com a consciência coletiva do universo
e florescimento da essência divina do indivíduo, reconhecendo que deve assumir
as consequências dos atos e buscar a reforma íntima, sem atribuir à autoridade
eclesiástica o poder de eliminar os débitos morais do fiel.
[2] Referências: http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/rohden4.html.
/ da Silveira, Luiz Henrique (24 de maio de 2008). «Rohden & Einstein».
Notisul. Consultado em 14 de fevereiro de 2023.
Bibliografia: Lottin,
Jucely: O Verde Vale do Rio Braço do Norte. Tubarão: Copiart, 2009. «Cursos do
Prof. Huberto Rohden em áudio»«Biografia, Poesias e Palestras»«Entrevista»
[3] (Caetité, 12 de julho de 1900 — Rio de Janeiro, 11 de março de 1971) foi um jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro.[1] «Biblioteca Virtual
Anísio Teixeira». (biografia feita por Hermes Lima), Biobibliografia de Anísio
Teixeira (R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 82, n. 200/201/202, p. 207-242,
jan./dez. 2001.) «ROCHA, João Augusto de Lima. Referências à Revolução na Obra
de Anísio Teixeira. Brasília: Revista de Pedagogia, Universidade de Brasília,
ano 2 – número 4 – Terceiro especial sobre Anísio Teixeira.» (PDF) Anísio
Teixeira: Vida, Obras e Movimento, por Francisco Gilson Rebouças Pôrto Júnior,
Proyecto Ensayo Hispánico. TEIXEIRA, Anísio e ROCHA E SILVA, Maurício. Diálogo
sobre a lógica do conhecimento. São Paulo: Edart Editora, 116p.