sábado, 24 de maio de 2025

A REVOLUÇÃO SILENCIOSA DO BOTIJÃO DE GÁS NOS LARES

O botijão de gás transformou o cotidiano de milhões de pessoas. Fico feliz que alguém tenha me provocado para desenvolver um estudo sobre esse tema. Sem dúvidas, há muito o que se falar sobre isso e, agora, abordaremos apenas alguns aspectos:
Em primeiro lugar abordaremos a revolução na cozinha: Antes do botijão, muitas casas dependiam de lenha, ou fogareiros a querosene ou carvão, o que era mais lento, sujo e perigoso. O gás encanado nem sempre era uma realidade acessível, e os botijões, por motivos óbvios, se apresentam como solução dada a sua versatilidade. Outros fatores importantes que merecem destaque no que concerne ao uso do “botijão de gás”, são a melhora na saúde e segurança. Vejamos: A fumaça da lenha e do carvão trazia problemas respiratórios. O botijão, embora exija cuidados, ofereceu uma alternativa muito mais limpa e, com o uso correto, mais segura.
Finalmente podemos destacar a economia de tempo e recursos: Cozinhar ficou mais rápido, liberando tempo para outras atividades, além de reduzir a necessidade de coletar ou comprar lenha. Ademais, seu impacto social e econômico são indiscutível níveis. A acessibilidade do botijão contribuiu para a emancipação feminina, permitindo que mulheres dedicassem menos tempo às tarefas domésticas pesadas. Além disso, gerou uma indústria e cadeia de distribuição significativas. Isso nos leva à conveniência e praticidade: A facilidade de ter uma fonte de energia portátil representa um grande avanço.
O que representa o surgimento do botijão de gás? Qual o imoacto nos lares?
É fácil subestimar o impacto de certas inovações que se tornam tão onipresentes em nosso cotidiano que mal as notamos. O botijão de gás é, sem dúvida, uma delas. Longe de ser apenas um cilindro de metal com combustível, ele representa um avanço colossal na história da humanidade, uma verdadeira revolução silenciosa que transformou o lar, a saúde e até mesmo a dinâmica social de milhões de pessoas.
Antes de sua popularização, a dependência de lenha, carvão ou, em alguns casos, fogareiros a querosene, ditava o ritmo e a qualidade de vida doméstica. Cozinhar era uma tarefa árdua: exigia tempo para coletar ou comprar combustível, lidar com a fumaça constante que agredia os pulmões e sujava o ambiente, além do risco inerente de incêndios. A higiene na cozinha era um desafio, e o tempo gasto com tarefas básicas limitava outras possibilidades para os moradores da casa.
O advento do botijão de gás doméstico mudou esse cenário drasticamente. De repente, a chama azul, limpa e instantânea, estava ao alcance de um simples giro de botão. A fumaça desapareceu, a fuligem deixou de ser uma constante e o tempo de preparo das refeições foi drasticamente reduzido. Isso não significou apenas mais agilidade no dia a dia, mas também uma significativa melhora na saúde das famílias, que deixaram de inalar subprodutos da combustão de biomassa.
Impactos Além da Cozinha
A praticidade do botijão transcendeu a cozinha, reverberando por toda a estrutura social. Ele contribuiu para a emancipação de muitas pessoas, especialmente mulheres, que viram uma parte considerável de seu dia, antes dedicada a tarefas domésticas pesadas e demoradas, ser liberada. Esse tempo pôde ser reinvestido em educação, trabalho fora de casa ou simplesmente em lazer, impulsionando transformações sociais e econômicas importantes.
Além disso, a existência de uma fonte de energia portátil e relativamente acessível impulsionou uma indústria robusta de produção, distribuição e revenda, gerando empregos e desenvolvendo cadeias logísticas complexas que hoje garantem que esse “combustível da vida” chegue até os lares mais remotos. A capilaridade da distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP) em botijões é, por si só, um feito notável.
Um Conforto que se Tornou Essencial
Hoje, o botijão de gás é visto como um item básico, quase invisível em sua importância. No entanto, sua presença em milhões de cozinhas ao redor do mundo é um testemunho silencioso de como a inovação, mesmo nas formas mais simples, pode impulsionar o bem-estar e o progresso humano. Ele nos lembra que a verdadeira modernidade muitas vezes reside na capacidade de tornar o cotidiano mais fácil, limpo e seguro para todos.

terça-feira, 20 de maio de 2025

REAPROVEITAMENTO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS

O reaproveitamento de peças eletrônicas e o reparo de dispositivos, em vez do descarte e da compra de novos, representam uma estratégia com vantagens significativas que impactam positivamente tanto no meio ambiente quanto na vida das pessoas.

IMPACTO NO MEIO AMBIENTE
O descarte desenfreado de eletrônicos é um desafio ambiental crescente. A opção pelo reparo e reaproveitamento atua em várias frentes: a mais evidente é a redução do lixo eletrônico (e-lixo). Dispositivos eletrônicos contêm substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio e cádmio que, se descartadas incorretamente, podem vazar para o solo e a água, contaminando ecossistemas e ameaçando a saúde. Ao reparar, diminuímos substancialmente a quantidade de resíduos que chegam a aterros. Além disso, há a conservação de recursos naturais: a fabricação de um novo eletrônico exige a mineração de metais preciosos, plásticos e outros materiais, processos que demandam muita energia e água, e podem causar desmatamento. Reutilizar peças e consertar economiza esses recursos vitais. Também contribuímos para a diminuição da emissão de carbono, pois a produção de novos dispositivos eletrônicos é uma das indústrias que mais liberam gases de efeito estufa. Estender a vida útil de um aparelho reduz indiretamente essa pegada de carbono. Por fim, o menor consumo de energia é notável, já que a energia gasta para fabricar um novo produto é, muitas vezes, maior do que a energia que ele consumirá em toda a sua vida útil.

IMPACTO NA VIDA DAS PESSOAS 
As vantagens do reparo e reaproveitamento não se limitam apenas ao meio ambiente, elas afetam diretamente a economia e a sociedade. Primeiramente, a economia financeira é um benefício direto; consertar um dispositivo é quase sempre mais acessível do que comprar um novo. Isso não só ajuda o consumidor a economizar, mas também garante que mais pessoas mantenham acesso a tecnologias essenciais para trabalho, estudo e comunicação. Em termos de mercado de trabalho, há uma clara geração de empregos e desenvolvimento local, pois a indústria de reparo e manutenção de eletrônicos cria e sustenta postos para técnicos e especialistas, fortalecendo economias locais. O reparo também ajuda a combater a obsolescência programada, um modelo de produção que visa limitar a vida útil dos produtos para incentivar novas compras. Ao valorizar o conserto, os consumidores podem exigir produtos mais duráveis e de fácil reparo, pressionando a indústria a mudar suas práticas. Promover o reparo e o reaproveitamento também eleva a educação e conscientização sobre o impacto do consumo, incentivando uma mentalidade mais sustentável. Por fim, o acesso à tecnologia para todos é ampliado, já que dispositivos reparados ou montados com peças reaproveitadas podem ser doados ou vendidos a preços mais acessíveis, diminuindo a exclusão digital e garantindo que mais pessoas tenham acesso a ferramentas importantes no dia a dia.
Em suma, priorizar o reparo e o reaproveitamento de eletrônicos não é apenas um ato de responsabilidade ambiental, mas também um caminho para construir uma sociedade mais justa, com maior acesso à tecnologia, menos desperdício e mais oportunidades econômicas. É um passo crucial para um futuro mais sustentável e equitativo.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

SEJA PACIENTE. O MUNDO PRECISA.

Uma intensa tristeza me aflige em decorrência do que passo a expor: Naturalmente deveríamos ser capazes de nos sensibilizarmos diante da dor alheia, do sofrimento e das agruras que acometem nossos irmãos no dia a dia. Constatar a indiferença, a intolerância e o desrespeito entre as pessoas, o que se manifesta de forma tão acintosa, é angustiante. O cotidiano revela que é preciso elevada sensibilidade para perceber o momento delicado que atravessamos. Hoje, ouvi alguém dizer, em uma rua qualquer aqui em Salvador, que “anda triste porque se deu conta de que as pessoas estão cada dia mais frias”. Após uma breve pausa, acrescentou: “Precisamos fazer alguma coisa!”
Oh, Deus! É um alento para a alma perceber mais alguém que ousa manifestar esse tipo de preocupação. Mais inspirador ainda é constatar que essa pessoa arremata seu pensamento com a convicção de que “precisamos fazer alguma coisa”. Que belas palavras! Uma reflexão inspiradora, que nos aponta a degradação, mas também delineia um caminho. Esse vislumbre de esperança é um verdadeiro conforto para a alma. Por isso, debruço-me dedicado a aprofundar o alcance daquela mensagem e, ouso humildemente conclamá-los, irmãos e irmãs, ao exercício da paciência, convidando-os à calma e à compreensão.
Manifesto a minha profunda gratidão, pois dentre os males que degradam a sociedade estão a pressa, a impaciência, a insensibilidade e o desinteresse pelas causas coletivas, acrescidos da falta de interesse em ler e em informar-se. Ao teu interesse neste meu humilde desabafo, a minha sincera gratidão. Parabéns, tu és dos poucos ainda interessados no desenvolvimento coletivo.
Dito isso, retomemos o assunto principal deste aforismo. Permita-me aprofundar essa reflexão tão importante.
É crucial destacar a urgência de praticarmos o exercício da paciência, pois ela se apresenta como um farol nestes tempos de tormenta.
Em um mundo que clama por velocidade e resultados imediatos, exercitar a paciência torna-se um ato revolucionário, um refúgio em meio à ansiedade que nos assola e aflige. As dores estampadas nos rostos, a depressão silenciosa que corrói a alegria, o desestímulo que paralisa os sonhos e o desencanto que tolda a esperança são sinais de um tempo que exige de nós uma escuta mais atenta e um coração mais compassivo.
Vivemos em um cenário de fragilidade emocional e a paciência emerge não como uma virtude passiva, mas como uma força ativa de acolhimento. Ter paciência com o outro é reconhecer a complexidade de suas lutas internas, bem como nas relações interpessoais, manifestando o entendimento de que cada pessoa carrega um universo de experiências, feridas e expectativas. É nesse ponto que a empatia se torna um elo fundamental. Daí a importância de sermos pacientes, de ouvirmos com interesse verdadeiro, de nos colocarmos no lugar do outro, tentando sentir o peso de seus fardos, mesmo que por um instante. No mínimo, essa atitude nos desarma da crítica fácil e nos conduz a uma compreensão genuína.
Por favor, considerem com o coração aberto e a mente comprometida que onde reside a semente da paciência, abrolha a empatia e frutifica a capacidade de respeitar o tempo do outro, suas limitações e suas individualidades, materializando aquilo que os mais sensíveis ao desenvolvimento coletivo chamariam, em um novo amanhecer, de um gesto de profunda humanidade. A impaciência, por outro lado, muitas vezes nasce da nossa própria ansiedade e da projeção de nossas expectativas sobre o outro, desconsiderando seu ritmo e suas necessidades. Quando praticamos a paciência, estamos, na essência, dizendo: “Eu vejo você, eu respeito o seu processo, eu estou aqui. Conte comigo!”
Essa postura paciente e respeitosa tem um poder transformador. Ela não apenas alivia o sofrimento imediato, mas também estimula a resiliência e a esperança. Sentir-se compreendido e acolhido nutre a alma, reacende a chama da motivação e fortalece os laços que nos unem. Em um ambiente de paciência, as pessoas se sentem mais seguras para expressar suas vulnerabilidades, buscar apoio e encontrar forças para seguir adiante.
Portanto, cultivar a paciência é um ato concreto de amor ao próximo, uma forma tangível de construir pontes em vez de muros, de semear a cura em vez da discórdia.
Que a consciência de nossa interdependência nos guie: Na teia da vida, a força de um reside na paciência e no amparo do outro.


Idenilton Santos
Escritor
Palestrante
Advogado

quinta-feira, 15 de maio de 2025

SOBRE BOAS ATITUDES

Fazendo mais algumas palestras, recentemente, fui abordado por algumas pessoas que debatiam acerca de atitudes positivas e/ou negativas. Chegaram a falar em fazer uma lista de atitudes necessárias para harmonizar/equilibrar as relações interpessoais. Diante desta provocação, decidi abordar o tema com outras pessoas. Filtrei 21 “atitudes” daqueles breves diálogos. Então, aceitando a sugestão, Mergulhei nos mares bravios da filosofia, esta subsidiada, no que couber, pela psicologia comportamental, além daquilo que meus parcos conhecimentos permitirem, para comentar aquelas atitudes pinçadas daqueles debates e conversas. Dei-me conta que estava diante um desafio fascinante. Longe de mim pretender iluminar as relações humanas, ou algo parecido. Todavia, diante de tema tão fascinante, especialmente considerando a delicadeza que as permeia, ousei tecer comentários sobre a questão central, bem como acerca das atitudes elencadas por todas aquelas pessoas.

É verdade, a fragilidade dos laços interpessoais em nossa sociedade contemporânea clama por uma reflexão profunda sobre como podemos interagir de maneira mais equilibrada e responsável.

Reitero que não ouso fantasiar que seria capaz de traçar um panorama completo, posto tal tarefa exigir uma longa pesquisa, e maior ainda o debate, em um processo eivado de discussões intensas. Todavia, humildemente, podemos delimitar o pequeno ensaio, mantendo o foco em alguns pontos cruciais.

É fácil notar uma crescente polarização de ideias, uma dificuldade em ouvir o outro genuinamente e uma exacerbação do individualismo, muitas vezes em detrimento da empatia e da consideração pelo coletivo.
Nesse contexto a comunicação digital, embora ofereça inúmeras vantagens, também pode, eventualmente, mascarar a profundidade dos encontros e facilitar a propagação de mal-entendidos e até mesmo da hostilidade.

Assim sendo, cultivar atitudes que fortaleçam o tecido social torna-se essencial. Inspirado pela filosofia e pela psicologia comportamental, a partir daquelas provocações, apresento uma lista de vinte e uma atitudes humanas que considero cruciais para uma interação equilibrada e responsável com a sociedade:

1. Empatia: A capacidade de compreender, interagir e compartilhar os sentimentos de outrem.
 2.Escuta Ativa: Prestar atenção genuína ao que o outro diz, verbal e não verbalmente.
3. Respeito: Considerar a dignidade e o valor intrínseco de cada indivíduo, mesmo em discordância.
4. Tolerância: Aceitar a diversidade de opiniões, crenças e estilos de vida.
5. Comunicação Clara e Assertiva: Expressar-se de forma direta, honesta e respeitosa, sem agressividade ou passividade.
6.Responsabilidade: Arcar com as consequências de suas ações e palavras.
7. Humildade: Reconhecer suas próprias limitações e a validade de outras perspectivas.
8. Paciência: Saber esperar e lidar com os ritmos e as dificuldades dos outros.
9. Gentileza: Demonstrar cortesia, consideração e cuidado nas interações.
10. Cooperação: Trabalhar em conjunto com outros para alcançar objetivos comuns.
11. Solidariedade: Apoiar e ajudar aqueles que necessitam.
12. Integridade: Agir de forma ética e coerente com seus valores.
13. Autoconsciência: Conhecer suas próprias emoções, motivações e vieses.
14. Autorregulação: Gerenciar suas emoções e impulsos de forma construtiva.
 15. Resiliência: Recuperar-se de conflitos e desentendimentos.
 16. Perdão: Liberar ressentimentos e buscar a reconciliação quando apropriado.
 17. Gratidão: Reconhecer e valorizar as contribuições dos outros.
18. Curiosidade: Mostrar interesse em aprender com as experiências e perspectivas alheias.
19. Senso de Justiça: Buscar a equidade e o tratamento imparcial.
 20. Pensamento Crítico: Analisar informações e formar opiniões de maneira ponderada, evitando julgamentos precipitados.
21. Presença: Estar totalmente engajado no momento da interação, evitando distrações.

Cultivar essas atitudes não é, nunca mais foi, é jamais será uma tarefa fácil e requer um esforço contínuo de autodesenvolvimento. No entanto, acredito que são pilares fundamentais para construir relações mais saudáveis, construtivas e, em última análise, uma sociedade mais equilibrada e responsável.

Idenilton Santos
Escritor,
Professor,
Palestrante,
Advogado.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

COMPLEXA DANÇA DAS TARIFAS

Analisando a Disputa entre EUA e China.

Tenho presenciado debates acalorado entre pessoas que ignoram muitos fatos e outras que sabem quase nada, acerca da “guerra dos Estados Unidos da América” contra o “mundo”. Acontece que são muitos os especialistas na nova grande ciência: ACHOLOGIA, e tantos outros mal intencionados, produzindo informações tendenciosas, movidos muito mais por ideologias e partidarismo que pelo compromisso com a informação de qualidade, com isenção, atendendo ao princípio da “utilidade pública”. Está análise revelou a necessidade de uma matéria informativa e imparcial sobre a disputa tarifária entre Estados Unidos e China.
É crucial abordar esse tema complexo com clareza, desmistificando algumas percepções e oferecendo um panorama equilibrado da situação.
Neste cenário, assumi o compromisso de desenvolver essa matéria, elaborando um texto que busca atender aos critérios retro mencionados, e trataremos da COMPLEXA DANÇA DAS TARIFAS: Analisando a Disputa entre EUA e China.
A imposição de tarifas entre grandes potências econômicas nunca é um evento isolado. A atual disputa entre Estados Unidos e China, longe de ser um simples embate bilateral, reverbera em toda a economia global, levantando questionamentos sobre as motivações por trás das medidas e seus reais impactos.
Compreender esse cenário complexo exige um olhar atento e desprovido de paixões ideológicas.
As Alegações Americanas: Buscando o Equilíbrio (ou não?)
O discurso oficial americano frequentemente aponta para a necessidade de reequilibrar as relações comerciais com a China. As acusações de práticas desleais, como o roubo de propriedade intelectual, a transferência forçada de tecnologia e o dumping (venda de produtos abaixo do custo para eliminar a concorrência), são centrais nessa narrativa. A imposição de tarifas seria, portanto, uma ferramenta para pressionar a China a adotar práticas mais justas e transparentes no comércio internacional.
No entanto, analistas apontam que essa retórica pode mascarar outros objetivos, como a tentativa de proteger indústrias domésticas americanas da crescente competitividade chinesa e de reduzir o déficit comercial persistente entre os dois países. A política de “America First” e o desejo de trazer a produção de volta para o território americano também influenciam essa postura.
A Perspectiva Chinesa: Resiliência e a Busca por Legitimação
A China, por sua vez, reage às tarifas americanas com medidas retaliatórias, aplicando suas próprias taxas sobre produtos importados dos EUA. A narrativa chinesa enfatiza a defesa do multilateralismo e do livre comércio, acusando os Estados Unidos de protecionismo e de prejudicar a ordem econômica global.
É inegável que a China experimentou um crescimento econômico impressionante nas últimas décadas, impulsionado em parte por suas políticas de exportação e por um modelo econômico que, para alguns, envolveu práticas questionáveis no cenário internacional. Contudo, o país asiático busca cada vez mais consolidar sua imagem como uma potência global responsável e defensora de um sistema de comércio mais equitativo, ainda que sua definição de equidade possa divergir da visão ocidental.
Desmistificando a “Estabilidade” Chinesa: Números e Realidades.
A percepção de uma economia chinesa inabalável e em constante crescimento merece uma análise mais profunda. Embora os números oficiais frequentemente apontem para taxas de crescimento elevadas, é importante considerar a metodologia de cálculo e a influência do Estado na economia.
Há preocupações legítimas em relação à transparência dos dados econômicos chineses e ao nível de endividamento de alguns setores. A bolha imobiliária, as tensões geopolíticas e os desafios demográficos também são fatores que podem impactar a sustentabilidade do crescimento a longo prazo. Portanto, a imagem de uma “economia estável e em crescimento” pode ser uma simplificação de uma realidade mais complexa, com muitas vulnerabilidades.
Além da Batalha Bilateral: Impactos Globais
Embora o verdadeiro alvo da guerra tarifária Norte-americana seja a China, os EEUUAA criaram um pano de fundo, uma cortina de fumaça, iniciando suas operações como se fosse um ato/fato indiscriminado, face a todos países. A China reagiu, invocando para si um protagonismo, que em nada lhe foi positivo, nem acrescentou, pois, servindo-se deste momento tentou pressionar outros países, de frágil estrutura e gestão, com grandes populações, para seguirem sua cartilha, entre tanto, após alguns “atos” encenados neste espetáculo pelos palcos midiáticos, mundo a fora, os supostos aliados notando que a China tem mais discurso e efeitos especiais que condições de ações concretas que sustentem sua narrativa, pouco a pouco tratam de compor com os americanos e a China vê sua estrutura colapsar e o discurso inicial começa a sofrer uma discreta mais evidente adaptação.
Aos mais interessados em informações de qualidade, aqueles que pesquisam e estudam os fatos, em busca de compreensão, não escapa o entendimento de que os primeiros atos praticados nessa guerra tarifaria, bem como seus resultados, não se limitam a EUA e China. Pequenos, médos e mega-empreendedores ao redor do mundo enfrentam os impactos desta chacoalhada que provocará reenquadramento e reposicionamentos na Organização Mundial do Comércio (OMC). O A cadeia de produção e suprimentos serão reconfiguradas e o comércio global, como um todo, sofre consequências notáveis. A imposição de tarifas eleva os custos para as empresas, que muitas vezes repassam esses valores para os consumidores, gerando inflação e impactando o poder de compra. Há também o impacto das desistências e abandonos de grandes transações, afetando o escoamento das mercadorias que se amontoam nos estoques, provocando prejuízo tanto pela queda nas quanto pelo travamento na produção. Imagine o colapso nas fabricas chinesas que receberam grandes encomendas, investiram em matéria prima e estrutura para atender à demanda, além daqueles que fizeram empréstimos, e com a majoração agressiva das tarifas, ocorrendo cancelamentos das transações de venda para o mercado externo, essas empresas, deixam de vender o estoque havido, e amaram as perdas da suspensão da produção, pois ninguém vai para deixar amontoar-se nos depósitos. Avaliem quantas unidades de produção já devem ter parado suas máquinas e dispensado os operários, no território chinês. Está mesma análise deve ser posta, no tocante ao cenário global. Países em desenvolvimento, que dependem do comércio internacional, são igualmente afetados pela instabilidade gerada por esta disputa. A incerteza nas políticas comerciais das maiores economias do mundo pode levar a uma redução nos investimentos e a um menor crescimento global. Daí notarmos já a reação de países como a Índia e outros, de grande população e economia em desenvolvimento, já negociando e compondo acordos com os norte-americanos.
UM CENÁRIO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO
A disputa tarifária entre Estados Unidos e China é um tema dinâmico, com negociações, tréguas temporárias e novas escaladas ocorrendo com frequência. Para compreender verdadeiramente esse cenário, é fundamental acompanhar os desdobramentos com uma visão crítica, analisando as motivações de cada lado e os reais impactos em diferentes níveis.
A busca por informação de qualidade, isenta de partidarismo e preferências ideológicas, é essencial para que o público possa formar sua própria opinião sobre essa complexa questão que molda a economia global do século XXI.

IDENILTON SANTOS
Professor/Escritor/Advogado
Especialista em Gestão Pública

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