Idenilton J. N. dos
Santos
Professor – Escritor –
Poeta
Advogado – Conferencista
Palestra de abert6ura do
seminário.
A Educação é, certamente, a base e
principal requisito para que o homem se torne pleno. Queiram perdoar, todavia,
embora lance mão de tal expressão, não obstante haver o risco de incorrer em
“lugar comum”, isto é fato, e, conquanto o seja deve ser evidenciado e
discutido, muito mais, ainda para além do que já fora. Portando, com a vossa
licença, permitam brincar com este infame trocadilho, lançando à baila e ideia
de que não é este um lugar comum, de outra forma sim, este, um lugar
necessário. Então, desta forma, avancemos.
Neste sentido, é premente
a necessidade de si ressaltar aquilo que
nos ensinou o mestre Huberto Rohden: Posto
que já iniciada esta justa, e necessária, homenagem, a este brasileiro
multifacetado, deve-se, então, ressaltar sua trajetória que se revela por meio
de sua obra, representada por seus mais de cem títulos
publicados, entre livros, ensaios e tratados. Note-se que já em meados do século XX, Huberto Rohden já
abordava temas que só a partir do final daquele século começariam a se tornar
recorrentes na literatura espiritualista brasileira e tudo quanto pertinente ao
desenvolvimento integral do “homem”: a cidadania e
a consciência cósmicas; a autoeducação como principal meio de auto iluminação; a cosmocracia (autogoverno de acordo com a ética universal);
a felicidade via exercício contínuo do autoconhecimento e
autorrealização; a espiritualidade de cunho laico, temporal, ecumênico e
universalista.
A mensagem de sua obra é tornar o homem consciente de sua
condição de um ser inteligente, espiritual e integral em rumo de sua evolução,
sua filosofia tem um viés de uma reforma interior em que o ser para encontrar
sua paz e felicidade necessita conscientizar de seu eu-crístico ou eu-cósmico,
teses geradas pela filosofia univérsica, a qual dirigiu por muitos anos.
Apesar de ser, como intelectual, o precursor brasileiro do espiritualismo universalista e de ter obras com boa distribuição e a preços populares, ainda é
pouco conhecido e divulgado na comunidade espiritualista do Brasil o papel
pioneiro de Huberto Rohden no âmbito do espiritualismo universalista.
O MOVIMENTO DA ESCOLA
NOVA
Por falar em fazer justiça, cabe também
lembrarmos de Anísio Spínola Teixeira [, Personagem
central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no
desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à
memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de
Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados
signatários do Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova,[2] em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório,
divulgado em 1932. Fundou a Universidade do
Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de
Filosofia da Universidade do Brasil.
Na ideia de uma educação integral[3] e uma educação para todos,
expressa por Anísio Teixeira foi a concepção de educação que permeou os
escritos e a obra de Anísio Teixeira, está a base de sua atuação como educador e sua contribuição para a educação no Brasil, que
alguns consideram importante até hoje.
De sua obra em Salvador, destaca-se o Centro Educacional Carneiro Ribeiro
(melhor conhecido por
Escola Parque), de
1950, situado no populoso e
pobre bairro da Liberdade, no qual buscou inspiração Darcy Ribeiro para, na década de 1980, criar os CIEPs. Na década de 1990 foi a vez do Governo Federal criar os CIACs e, no início do século XXI, na Bahia, os Colégios Modelo — todos fundamentados em
sua ainda atual visão da educação integral e, no início do século XXI, os mais
de 21 CEUs (Centros Educacionais Unificados), construídos na cidade de São
Paulo, tiveram em seus projetos fortes influências da Escola Parque de Anísio.Em Caetité, em sua casa natal (foto acima), mantém-se a Fundação Anísio Teixeira,
presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira Monteiro de Barros, com apoio
governamental (Estado e Município) e da iniciativa privada, e a Casa Anísio
Teixeira, com biblioteca, museu, cineteatro e biblioteca móvel. A instituição leva conhecimento e mantém
viva a memória do grande educador brasileiro.
No Rio de Janeiro existe o Centro Educacional Anísio
Teixeira, escola privada de ensino fundamental e ensino médio, com proposta pedagógica segundo as ideias do educador.
A EDUCAÇÃO
UNIVÉRSICA E AS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO.
"A Educação
univérsica é o primeiro passo para que o homem alcance a consciência-cósmica,
holística/universal, porque o homem cosmificado é um homem integralmente são e
sadio - na alma, na mente e no corpo. Geralmente o homem não está em harmonia
como meio"...O seu 'Verso" finito não está em perfeita sintonia com o
”Uno” ”infinito”.
Ou, em linguagem de
moderna psicologia: o Homem-ego não está em equilíbrio com o Homem-eu,
entendendo-se como Homem-eu a forma individual do Universo. Ou, conforme se
convencionou dizer: micro verso.
Aos mais afoitos pede-se
que tenham paciência. De certo cobrarão uma referência precisa, acerca desta
lição do grande educador e filósofo brasileiro. Tal afirmação é possível a
qualquer um que leia algumas das obras daquele grande pensador. Ideia pertinente à educação e seu pensar,
neste campo, fica evidente no conjunto
da obra de ROHDEN, dispensando destaques especifico de qualquer de seus 126
títulos publicados. Neste sentido, avançando um poucos mais, alcançaremos,
ainda, no riquíssimo conjunto de obras, o conceito de Educação-Emocional, também
ali amplamente contemplado, e isso traz profundo impacto no tocante aos métodos
convencionais posto que a partir desta forma ampliativa e integrativa de
contemplar as diversas facetas, e nuances, do fenômeno “educar”, irá influenciar, diretamente, na vida do
indivíduo, fazendo-o adquirir a capacidade para melhor compreender os fatos e
fenômenos que o envolvam, direta ou indiretamente, em todos os campos da sua
vida.
A Educação-Emocional/
Universa/Holística possibilitaria o equilíbrio dos valores éticos/Morais. Assim
o mencionamos/grafamos propositalmente posto que a Ética e a Moral se imbricam,
impressentidamente, e fluem complementarmente no que se refere à conduta humana
de um modo geral, apesar de que não se pode dizer ser esta o mesmo
que aquela. Neste diapasão vale
ressaltar que são complementares. Fator e fenômeno sociais integrativos e
complementares de interação.
Lato senso, pode-se
inferir, no tocante aos atos-morais, ou amorais, que: irão depender do equilíbrio entre o
eu/micro e o universo/macro, tanto do ponto de vista simplista da interação do
indivíduo com a sociedade, quanto do ponto de vista mais integrativo, a partir
de uma cosmovisão transcendente, que fará o indivíduo, “Eu-nato”, projetar-se,
ampliativamente, para além de si, e capaz de manter-se pleno, mesmo nesta
condição de exteriorização. É, neste ponto, ato/fato, ensejador, que se viabiliza a “dualidade” dos “Valores-éticos”
na balança das “atitudes-positivas ou negativas”: atos morais ou imorais, ou
até amorais. Deste modo, a moralidade de cada um (quantidade/qualidade moral),
está diretamente ligada aos seus Mores – hábitos/costumes, que serão moldados
pela aplicação da Educação-Emocional/Univérsica/Holística, contribuindo para o
equilíbrio Cósmico e consequentemente para a evolução
Ética/moral-social/profissional, e demais campos da vida deste ou daquele
indivíduo.
Avancemos então de mãos dadas com a Axiologia, a Psicologia-aplicada, a
Teologia e a Educação-Emocional/Univérsica/Holística na busca do
Autoconhecimento para alcançarmos a Autorrealização neste novo século que se
anuncia.