QUADRO DE PALESTRA NA CÄMARA MUNICIPAL DE SALVADOR - ANOS 90
CASTRO ALVES
Æ 1847 —
Nascido a 14
de março, na fazenda das Cabaceiras, próxima a Curralinho, hoje Castro Alves,
filho de dr. Antônio José Alves e d. Clélia Brasília da Silva Castro.
Æ 1852-53 —
A família de
Castro Alves, Cecéu, como chamado, transfere-se para Muritiba e Posteriormente
para São Felix, onde teve início a sua educação-escolar.
Æ 1854 —
Neste ano,
chegam a Salvador para residir à Rua do Rosário, no 1,
sobrado no qual ocorrera o assassinato de Júlia Feital, o celebre crime da bala
de ouro.
Æ 1855 —
Mudam-se para
a Rua do Passo.
Æ 1856-57 —
Neste período
o jovem Castro Alves ingressa no Colégio Sebrão.
Æ 1858 —
Passa para o
Ginásio Baiano, do Dr. Abílio César Borges, que depois se tornaria o Barão de
Macaúbas. Ainda neste ano sua família passa a residir no solar da Boa Vista.
Æ 1859 —
Momento de
Grande dor para o jovem Castro Alves,
devido o falecimento de sua mãe, d. Clélia.
Æ 1860 —
Foi no Ginásio
Baiano, a 09 de setembro, que Castro Alves recitou suas primeiras poesias.
Æ 1861 —
Ainda no
Ginásio Baiano declamou, no dia 03 de julho, o seu primeiro poema ao 02 de
julho.
Æ 1862 —
Dr. Antônio
José Alves casa-se com a então viuva Maria Ramos Guimarães.
Na Companhia
de José Antônio, seu irmão mais velho, Castro Alves transfere-se para o Recife.
A 23 de julho, publicou o seu poema "Destruição de Jerusalém" no
"Jornal do Recife".
Æ 1863 —
Faz, no mês de Março sua
primeira tentativa de matricular-se no Faculdade de Direito do Recife, sem
êxito. Neste ano também acontece a estréia de Eugênia Câmara no teatro Santa
Isabel.
Sofre uma
hemoptise e publica seus primeiros versos abolicionistas. Seu irmão José
Antônio demonstra sinais de desequilíbrio mental e é transferido para o Rio de
Janeiro.
Æ 1862 —
Mais uma
Tragédia abala a vida do "Poeta".
Desta vez fora o suicídio do seu irmão, José Antônio, em Curralinho.
Matricula-se, finalmente, para o curso de direito e com colegas redige o
"Jornal Futuro", quando também escreveu o poema "O Tísico"
que depois viria a receber o título "Mocidade e Morte". Acabou por
interromper os estudos voltando à Bahia em outubro.
Æ 1865 —
Em março, vota
ao Recife em companhia de Fagundes Varela. Na abertura oficial dos Cursos
Jurídicos, a 11 de agosto, declama "O Século". Passa então a residir
na Rua do Lima, em companhia de Idalina onde escreveu muitos dos poemas de
"Os Escravos". Conforme a tradição da família, alistou-se no pelotão
acadêmico de voluntários, para a guerra do Paraguai, a 19 de agosto. Desembarca
na Bahia, em dezembro, acompanhado por Fagundes Varela.
Æ 1866 —
A 23 de
Janeiro, falece o dr. Antônio José Alves. Nova dor.
Voltando ao
Recife, castro Alves matricula-se no segundo ano do Curso Jurídico. Com Ruy
Barbosa, e outros colegas, funda a Sociedade Abolicionista. Polemiza, pela
imprensa, com Tobias Barreto. Foi no teatro Santa Isabel, a 07 de setembro, que
ele recitou "Pedro Ivo". Ainda naquele ano teve início o seu romance
com Eugênia Câmara.
Æ 1867 —
No povoado do Barro, onde conviveu com Eugênia,
concluiu o seu espetáculo, um drama, "Gonzaga". Voltando com eugênia
para a Bahia, no mês de maio e, no teatro São João, a 7 de setembro, aconteceu
a estréia do "Gonzaga", com muito sucesso. Voltou a residir no Solar
da Boa Vista em outubro.
Æ 1868 —
A 08 de
fevereiro viaja para o Rio de Janeiro, levando consigo Eugênia Câmara. Foi
recebido por José de Alencar, que vivia um grande momento, e Machado de Assis,
parte então, a 11 de março, para São Paulo. No Teatro São José declama
"Ode ao 02 de Julho" e a 07 de setembro é a vez de "Navio
Negreiro", ambos com muito sucesso. No mês seguinte, 25 de outubro
exatamente, estréia o "Gonzaga", no mesmo teatro. Uma seqüência
desentendimentos provoca a sua separação com Eugênia Câmara. Foi durante uma
caçada no Brás, a 11 de novembro, que espingarda dispara, acidentalmente,
alojando-se toda a carga no seu calcanhar esquerdo. — muitos pesquisadores
discordam disto.
Æ 1869 —
Matricula-se
no quarto ano do curso de direito. Tem início o enfraquecimento pulmonar. A 21
de maio, quando chega ao Rio de Janeiro, está abatido e debilitado. Foi hospedar-se
na casa do amigo Luis Cornélio dos Santos e no mês de junho teve o pé amputado.
Neste ano também aconteceu seu último encontro com Eugênia Câmara, no teatro
Fênix, dramático, a 31 de outubro. O regresso para a Bahia se deu em 25 de
novembro.
Æ 1870 —
Por
recomendações médicas Castro Alves segue para a fazenda Santa Isabel e depois
para Orobó, onde termina "A cachoeira de Paulo Afonso". Volta a
Salvador em setembro e lança no mês seguinte "Espumas Flutuantes".
Æ 1871 —
Apaixona-se pela cantora italiana Agnèse
[Trinci Murri].
Recitou pela
última vez a 10 de fevereiro na associação comercial, em prol das crianças
vítimas da guerra franco-Prussiana. Após a noite de São João seu estado de
saúde se agrava.
O poeta
Antônio de Castro Alves expira às três e meia da tarde do dia 06 de julho no
palacete do Sodré, junto a uma janela por onde entrava a luz do sol naquela
triste tarde.
Æ 1875 — Ocorre a publicação do "Gonzaga".
Æ 1876 — Publicação de "Cachoeira de Paulo Afonso".
Æ 1880 — Publicação de "Os Escravos".
Ofereço, neste momento, o
meu tributo ao poeta maior:
"Antônio
de Castro Alves"
BRASIL, 500 ANOS
Deus!...
O que
houve com a “minha terra”?
Aquela que emanava
belezas...
Sequer percebo os bosques e
jardins.
A alma do meu povo ensecou;
A face da minha Pátria
enrubesce de vergonha;
Os homens de verdade
se perderam na História;
Até os pássaros pereceram
nas suas palmeiras...
O que houve com a minha
terra?
Aquela que era tão rica em
vida
e cujo futuro se fazia ecoar
no mundo:
“Esta é uma terra santa”...?
Terra de Santa Cruz...
passa tempo, o tempo passa;
Ilha de Vera Cruz...
passa tempo, o tempo-passa;
Finalmente: Brasil!
Brasil, faz 500 anos...
Diante de tantos conflitos
por riqueza e poder,
restou ao meu povo injustiça
e miséria
ao longo destes cinco
séculos.
Brasil 500 anos,
o que restará da minha
terra?
BIBLIOGRAFIA
1)
CALMON, Pedro, CASTRO ALVES — O HOMEM E A OBRA, Rio de Janeiro, Livraria José
Olympio Editora, 1973, 355 p.p.
2) ROCHA, Carlos Eduardo da, CASTRO ALVES E AS ARTES
PLÁSTICAS, Salvador, Academia de Letras, 43 p.p.
3) CUNHA, Fernando Whitaker da, e J. Galdino,
CASTRO ALVES, Ensaios críticos, organizada por Maria Chaves de Melo, Rio,
Barrister's Editora Ltda., 179 p.p.
4) CARVALHO, João de, O CANTOR DOS ESCRAVOS, CASTRO
ALVES, Brasília DF, T.A. Editor Ltda., 1989, 150 p.p.
5) CORREIA, Jonas, SENTIDO HERÓICO DA POESIA DE
CASTRO ALVES, Rio, Biblioteca do
Exercito, 1971, 88 p.p.
6) ROCHA, Carlos Eduardo da, Salvador, Academia de
Letras da Bahia, Salvador, s/n de p.p. e s/d.
7) ALMEIDA, Norlândio Meireles de, UMA POLÊMICA EM TORNO DE UMA POESIA
DE CASTRO ALVES, São Paulo, Editora Pannartz, 80 p.p.
8) BIBLIOTECA LUSO-BRASILEIRA – CASTRO ALVES Obra
Completa, Rio de Janeiro, Cia. José Aguiar Editora.
09) POESIAS DE CASTRO ALVES, Antologia Comentada,
Autores baianos, Edição Comemorativa do sesquicentenário de nascimento do
poeta, Salvador, Secretaria da Cultura e Turismo, Fundação Cultural do Estado,
EGBA, 1997, 107 p.p.
10) LEMOS, Gláucia, O POETA DA LIBERDADE, Belo
Horizonte, Editora Dimensão, 33 p.p.
11) Revistas do Movimento Cultural CEPA: Edição
Especial "A Castro Alves" e números 19 e 29, bem como entrevistas,
diretas, com o professor Germano Machado.